Sendo assim, não tenho lembranças de infância de ter conhecido crianças com deficiência em minha trajetória na escola pública. Muito provavelmente, encontravam-se escondidas em suas casas ou em instituições específicas.
Minha primeira lembrança mais próxima com a deficiência vem do estágios realizados ao longo do curso de Pedagogia em escolas da rede pública.
Em 2006, estagiei como aluna pesquisadora no Programa Ler e Escrever na rede municipal de ensino de São Paulo. O objetivo do estágio era auxiliar os alunos do 1º.ano do ensino fundamental em fase de alfabetização. Contudo, ao chegar na escola fui direcionada a acompanhar exclusivamente um aluno com paralisia cerebral. A escola via em mim a solução para que o aluno parasse de correr pelos corredores e permanecesse em sala de aula.
A professora da turma, preocupada em alfabetizar os demais alunos, clamava por apoio para que eu ocupasse o aluno, assim, pensava ela, ele não atrapalharia a aula.
Apesar de todas as dificuldades e barreiras encontradas, foi uma experiencia enriquecedora tanto pessoal como profissionalmente. Acredito que ninguém passe ileso por um processo de formação. Conheci algumas mestras que me mostraram ser possível sim que aquele menino ou qualquer outro aluno aprendesse e se desenvolvesse.
Pouco pude fazer por este menino, visto que era meu primeiro estágio, era iniciante na docência e hoje vejo que muito pouco sabia sobre ensinar e aprender, apesar de esforçar-me bastante.
Desde esta experiência, as questões de garantia de direitos e respeito à diversidade me tocam.
Assim, procurarei neste blog refletir sobre esta temática.
